Suplementos
QUAIS SÃO OS SUPLEMENTOS
O que os esportistas ingerem para melhorar o desempenho
Produto:
Creatina
Definição:
Composto presente nos músculos com função relacionada a armazenagem rápida de energia
Efeito
Sustenta a atividade contrátil dos músculos; a curto prazo, aumenta a massa muscular
Fonte natural
O fosfato de creatina é produzido naturalmente pelo fígado e rim ou está presente em alimentos como ostra, carne, ameixa seca, cogumelos
Contra-indicações
Pode causar intolerância gástrica como alguns sucos de frutas cítricas; provoca ganho de peso se não houver associação de exercícios físicos
Produto
Massa
Definição
Coquetel de aminoácidos, carboidratos e vitaminas
Efeito
Usada para inflar os músculos, mas oferece o mesmo que uma refeição balanceada.
Fonte natural
Alimentação balanceada
Contra-indicações
Nenhuma, exceto o investimento
Produto
Vitaminas
Definição
Substâncias que aumentam a rapidez das reações químicas do organismo
Efeito
Substâncias essenciais ao metabolismo
Fonte natural
Sempre em pequenas quantidades, nos alimentos
Contra-indicações
Hipervitaminose, de acordo com o tipo; o excesso de C pode produzir cálculos renais
Produto
Aminoácidos
Definição
Ácido orgânico que conduz as gorduras para serem queimadas nas células
Efeito
Vendido como veículo para aumentar a queima de gorduras, mas não cumpre essa função
Fonte natural
O próprio organismo produz
Contra-indicações
Enjôos e desarranjos gastrointestinais
Produto
Isotônicos
Definição
Líquidos compostos de sais minerais e carboidratos
Efeito
Reposição de calorias (semelhante às existentes, por exemplo, no suco de laranja)
Fonte natural
Sucos de frutas
Contra-indicações
Em casos de abuso: cálculos renais e descalcificação dos dentes
PERIGO MAIOR
A que os adolescentes se expõem usando anabolizantes
Parada do crescimento ósseo
Aumento da acne
Desenvolvimento sexual precoce
REVISTA ÉPOCA - A turma do pega - pesado
Freqüentadores de academias não resistem à tentação das drogas que prometem aumento de massa muscular em pouco tempo
Aí vem o verão, e o êxodo para as academias já começou. Há muita gente disposta a perder aquela barriguinha e a enrijecer as pernas flácidas o mais rápido possível. Os mais jovens, que não deixaram de freqüentar as academias durante o ano todo, se preparam para esquentar ainda mais as turbinas. É a época em que aumenta o consumo daquele colosso de vitaminas, aminoácidos, creatina (a droga da moda) e, pior de tudo, dos anabolizantes esteróides, hormônios administrados sem receita médica que aumentam o desempenho ao acelerar a recuperação dos músculos.
Enquanto o mundo discute se a morte da corredora americana Florence Griffith Joyner, aos 38 anos, foi ou não em conseqüência do uso de anabolizantes, a droga se alastra nas academias, sobretudo entre os jovens, denuncia Fernando Vitor Lima, professor de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais. Ele coordenou uma pesquisa em Belo Horizonte entre profissionais da área e confirmou o aumento do uso desses aditivos. Não é de estranhar a atração por tais drogas. À disposição no mercado negro, cumprem mesmo o que prometem. Em dois meses, o jovem ganha massa muscular. Em contrapartida, os efeitos colaterais são sérios: colesterol elevado, crises incontroláveis de raiva, doenças do fígado e câncer.
Os anabolizantes são a droga preferida dos praticantes de artes marciais, como o jiu-jítsu. L.A., ex-campeão desse esporte, hoje com 22 anos, confirma a tendência. Como ex-usuário de uma droga proibida, não quer se identificar. Afirma que, há seis anos, quando começou a praticar o esporte, só 5% de seus colegas tomavam anabolizantes. "Hoje, acho que só 5% não usam", afirma. No caso do ex-campeão, afastado das competições, o festival de anabolizantes foi curto: limitou-se a dois períodos, ou ciclos, um aos 18 anos e outro aos 21, com um mês de duração. No primeiro ciclo, só sentiu os bons efeitos: aumento da musculatura e libido. No segundo ciclo, vieram os problemas: queda acentuada de cabelo, excesso de nervosismo e perda do apetite sexual.
Hoje, L.A. sofre os efeitos desse e de outros abusos de suplementos muito difundidos nas academias e aparentemente inócuos: aminoácidos, carboidratos, sais minerais e vitaminas. Ele abusou nos últimos meses, quando sua atividade física diminuiu. Resultado: excesso de proteína no sangue e funções hepáticas alteradas. Teve de suspender, por ordem médica, tudo o que costumava tomar. Como não apresentava sintomas aparentes, o ex-atleta nem desconfiava da gravidade de seus problemas. Eles só foram desmascarados porque teve de ir ao médico por causa de uma contusão.
Descobertas como essa fazem parte da rotina de profissionais de medicina esportiva, como Victor Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafics). Há pouco tempo, ele recebeu um fisioculturista que mal conseguia respirar. Embora demorasse para admitir, era evidente que tomava anabolizante. Muitos atletas como esse até sabem a que perigos se expõem quando usam esses remédios, mas não têm idéia do que pode ocorrer com o consumo exagerado de aditivos menos nocivos.
Segundo Matsudo, os compostos de aminoácidos e vitaminas geralmente são ingeridos sem necessidade porque a quantidade produzida pelo organismo já é suficiente para uma vida normal. O excesso pode levar a enjôos e problemas gastrintestinais. Abuso de vitaminas provoca até cálculos renais. Os praticantes que não têm acompanhamento médico acrescentam esses ingredientes na dieta sem orientação adequada.
A estrela dos suplementos, neste ano, é a creatina, um tipo de aminoácido produzido em doses mínimas pelo fígado, pelos rins e pâncreas que ajuda a fornecer combustível para os músculos. Sintetizada, está presente, por exemplo, na receita do comerciante carioca Delfim Dominguez, de 35 anos. Dominguez retornou à musculação há um ano, após ficar sete anos sem fazer exercícios, e já ganhou 14 quilos de massa muscular. A advogada carioca Andréa Falcão Costa Leite, de 31 anos, também é adepta. "Eu me informo nas lojas e dou uma olhada nas bulas", afirma. Essa atitude é criticada até por médicos ortomoleculares, como o carioca Hélio Ventura, normalmente adeptos das megadoses de vitaminas. "Existem mais de 20 substâncias nas fórmulas dos suplementos: umas são boas, outras prejudicam", explica. "Não é só chegar na loja e comprar."
Em vez de lançar mão desses recursos, os malhadores poderiam simplesmente se alimentar melhor. A nutricionista Cynthia Antonaccio, consultora de duas grandes academias de ginástica paulistanas, observa que, para ganhar massa muscular, é preciso antes de tudo ter potencial genético e usá-lo com exercícios adequados. Cynthia não é contra suplementos como as "massas", assim chamados os coquetéis de aminoácidos, carboidratos e vitaminas, no caso de atletas de modalidades de alto impacto, como natação, ciclismo e fisioculturismo, em fase de competições. Nesse período, explica a nutricionista, eles teriam de comer tanto para suprir a energia que os treinos pesados se tornariam inviáveis.
Para praticantes de esportes de verão, nada melhor que uma alimentação balanceada, ensina Paola Valente Zancani, nutricionista de duas academias da Zona Sul do Rio. Cynthia acrescenta: "Apenas 30 gramas de frango contêm 7 gramas de aminoácidos, o correspondente a um frasco de cápsulas sintetizadas", as preferidas do militar Sidney Fernandes Oliveira, de 27 anos. Ele admite tomar suplementos por conta própria.
À orientação ponderada de profissionais se contrapõem exemplos nem sempre animadores. Nos Estados Unidos, o mais conhecido é o do jogador de beisebol Mark McGwire, consumidor de hormônios como androstenediona e de creatina. O hormônio não é proibido pela Liga de Beisebol. Desde que McGwire assumiu tomar esses aditivos, as vendas aumentaram nos Estados Unidos. São distorções do esporte-espetáculo, critica o médico Victor Matsudo. O presidente da Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação, Alexandre Pagnani, iniciou uma cruzada contra os anabolizantes no esporte. Não obteve da Vigilância Sanitária, em Brasília, nada além de promessas de uma legislação mais restritiva. Os esteróides têm tarja vermelha e só podem ser vendidos com a retenção da receita. Quanto aos suplementos, nem sequer estão sujeitos a classificação.
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MIKE CHRISTIAN
MIKE CHRISTIAN, 41 anos, consagrado ex-atleta da IFBB, fala abertamente sobre esteróides anabolizantes, hormônio do crescimento, insulina e diuréticos e dá detalhes sobre sua experiência com eles. O homem que ficou conhecido como o "Iron Warrior" agora revela a Jim Schmaltz, Escritor Chefe da revista Flex, seus medos, seu drama pessoal e sua postura contra as drogas.
P: Quando começou a usar esteróides?
M.C.: Comecei em 79.
P: Você os injetava?
M.C.: Não, eu tinha medo. No começo só usava cápsulas.
P: Você se lembra qual droga era?
M.C.: Anavar.
P: O que o convenceu a usar esteróides?
M.C.:Inicialmente eu estava assustado com a idéia. Levei um bom tempo até começar a usá-los, afinal estava me saindo bem nas competições. Foi em Portland que um rapaz chegou à mim e disse: "Tome isso e você se tornará profissional", eu respondi que não. Após um tempo, eu cedí aos apelos dele.
P: Quanto você usou?
M.C.: Usava uma dosagem bastante pequena de Anavar, 2,5 miligramas, apenas 4 ou 5 vezes por dia. Ganhei 10 libras (4,5 quilos) depois de um mês. Parece uma dosagem bem baixa se comparada com os padrões atuais. Realmente, não era nada, mas meu corpo respondia bem. Meu biótipo é daqueles que mesmo com um pouco funciona. Vencí meu primeiro show, depois disso e decidi passar a injetar.
P: O que sentiu na primeira vez que usou uma injeção?
M.C.: Eu não sabia como usá-las, então o próprio fornecedor aplicou a dose. Inicialmente foi uma dor leve, mas na semana seguinte foi bastante dolorido. Doeu por três semanas com apenas uma injeção.
P: O que foi injetado?
M.C.: Eram 250 miligramas de Sustanon (uma combinação de vários tipos de testosterona). Com isso ganhei outras 10 libras. Daí passei a usar tanto as cápsulas quanto as injeções e ganhei mais 20 libras, porém estava muito inchado. Eu era forte e muito agressivo na academia.
P: Em que momento notou esta agressividade?
M.C.: Isso ocorreu no segundo dia após a injeção, então achei que devia ser psicológico. Pensei: "Tomei uma injeção, agora sou o Super Homem. Vou vencer todas as competições". Lembro de tirar a camisa na academia só para assustar a concorrência. Era capaz de dizer pra eles saírem do meu caminho.
P: Você venceu estes shows?
M.C.: Sim, mas os juízes passaram a me perseguir e depois tive más colocações. Eles queriam me ensinar uma lição, porque eu andava me achando o máximo. Depois disso me mudei para Los Angeles.
P: Sua sorte mudou na Califórnia?
M.C.: Totalmente (risos). Ganhei três ou quatro competições seguidas, então concluí que eles (juízes de Portland) estavam me derrubando.
P: E os esteróides?
M.C.: Depois da mudança para Los Angeles, conheci um médico que me ensinou sobre drogas, exames de sangue e tudo mais.
P: Como encontrou este médico?
M.C.: Ele me encontrou. Foi no começo de 1983. Ouviu falar sobre mim na Gold's Gym e disse que queria trabalhar comigo, que eu tinha potencial. Negociamos e trabalhamos para o Nationals de 1984 (Mike Christian foi o campeão geral). Ele sabia exatamente o que fornecer prá mim.
P: Que tipo de coisas ele fez por você?
M.C.: Ele detectou como era meu metabolismo. Eu tinha que fazer exames de sangue a cada 10 dias nos primeiros três meses, daí podíamos saber quando meu sistema ligava ou desligava. Toda manhã, tinha que tirar a temperatura entre outras coisas, assim ele saberia exatamente como estava meu corpo. Depois, passei a fazer exames de sangue a cada seis semanas, checava meu fígado, pressão arterial, tudo. A partir daquele ano, sempre controlei meu sangue.
P: Por quanto tempo trabalhou com este médico?
M.C.: Trabalhei com ele por três anos. Ele ganhou muito dinheiro por minha causa. Após o Nationals ele me pediu prá divulgar que havia me ajudado, então ele iria vender esteróides para essas pessoas. As vendas dele dispararam.
P: Porque acabou a parceria?
M.C.: Ele foi pego e acabou na cadeia.
P: Você achou outro médico?
M.C.: Não. Depois de um tempo já sabia como ler meus próprios exames e análise sanguínea.
P: Que tipo de substâncias você estava tomando?
M.C.: Meu corpo funciona 70/30 (70% anabólico e 30% androgênico). Somos todos diferentes. A maioria dos bodybuilders é o oposto. Inclusive conheço um profissional da atualidade que é 70% androgênico e 30% anabólico. Tive sorte de aprender isso no início.
P: Como aprendeu as necessidades do seu corpo com relação aos esteróides?
M.C.: Eu experimentei no começo da minha carreira. Aprendi a conhecer meu corpo. Algumas coisas não funcionaram comigo, me causaram náusea e pressão alta. Tinha medo de usar esteróides, então quando decidi usar não usava cinco tipos diferentes ao mesmo tempo, como os caras fazem hoje em dia. Aí é que está a parte preocupante. Se você usa cinco ou seis tipos de drogas juntas como saberá o que está funcionando? Eu só tomaria dois ou três tipos em um intervalo de três ou quatro semanas.
P: Descreva um ciclo típico.
M.C.: Usei um ciclo de oito semanas, enquanto me preparei para o Nationals de 1984. Nas primeiras quatro semanas, tomei Sustanon e Primobolan, que são esteróides de origem oleosa. Também tomei Dianabol e Anadrol 50, que são pílulas. Vamos dizer, eu tomaria 250 miligramas de Sustanon semanalmente e 10 de Dianabol por dia. Isso me fazia muito grande e forte, então usava para ficar grande. Meu peso subia logo 10 a 15 libras. Muito disso era água, talvez 5 libras, pois são drogas ricas em androgênios e causam retenção de água. Nas últimas quatro semanas eu eliminava as drogas de base oleosa, para me livrar do visual inchado. Usei os esteróides baseados em água ou de rápida absorção, como: Primobolan acetato, Anavar, Testosterona de base aquosa e Winstrol-V (este último, famoso por ter sido usado por Ben Johnson nas Olimpíadas de Seul em 88). Mesmo que variasse meu ciclo, sempre usava esta divisão: primeira metade, drogas de lenta absorção e na segunda metade, rápida absorção. Mais tarde, quando fiz ciclos de 12 semanas: mesmo processo, dividido em seis semanas.
P: Qual a diferença entre esteróides oleosos e aquosos?
M.C.: Ambos são injetáveis, mas o que tem origem aquosa entra e sai do seu sistema relativamente rápido. Percebi como me livrar do excesso de água do meu corpo antes de uma competição.
P: Por que você misturaria estas drogas de lenta e rápida absorção?
M.C.: Você não pode insistir usando só as de longa absorção. Isso é que muitos caras não percebem atualmente. Elas podem desligar alguns de seus sistemas. Você toma uma injeção uma semana, depois na próxima, e aí em diante, e tudo vai se acumulando no seu sistema. Você não pára porque a absorção é lenta. Pensa que só está injetando 250 miligramas de cipionato, mas as doses anteriores estão lá. Depois de seis semanas: Pronto! Seus receptores desligam e o que você está injetando não está acrescentando nada.
P: Eles não entendem que estão desligando seus sistemas?
M.C.: Claro! Estão perdendo dinheiro. Eu fiz apenas 8 ou 12 semanas de ciclo, mas os caras, atualmente, estão fazendo 16. Estão usando toda essa testosterona que é altamente androgênica e que não funciona a maior parte do tempo. Drogas têm um período de vida, é preciso conhecê-lo.
P: Como você sabe que seu sistema está desligando?
M.C.: Percebia quando tinha muita acne. Isso é sinal de muito androgênio. O corpo não pode absorver toda a bomba, então prá onde vai? Aparece na sua pele. Mas somos todos diferentes, para alguns caras o sinal de alerta é o baixo desejo sexual. Se o seu metabolismo apressa, quer dizer que seu sistema deve estar ok.
P: Você já se meteu com hormônio do crescimento?
M.C.: Já. A primeira vez foi em 1983, antes do Mr. California.
P: Funcionou com você?
M.C.: Eu fiquei super definido. Meu metabolismo estava rápido e o hormônio acelerou ainda mais meu metabolismo. As vezes minha dieta tinha zero carboidratos e isso deveria fazer eu perder músculo, mas mantive minha musculatura bastante definida porém sem grandes ganhos. Isso porque não usei insulina.
P: Que tipo de hormônio do crescimento era este?
M.C.: Acho que era Ascellecrin (substância retirada da glândula pituitária dos cadáveres, não é mais manufaturada). O cara que arrumou prá mim disse que foi roubada de algum lugar e por isso consegui bem barata. Tomava duas vezes ao dia, um vidro por dia. Basicamente, tomava como se fosse água. Mais tarde na minha carreira, usei o hormônio do crescimento do laboratório Lilly.
P: Você já usou insulina?
M.C.: Sim, usei uma vez após o Mr. California em 83. Combinei com o uso de hormônio do crescimento.
P: Porque só o fez uma vez?
M.C.: Alguém me falou sobre a dosagem a ser tomada e eu usei uma seringa comum e, na verdade, deveria ser uma seringa de insulina. Resultado: quase morri.
P: Você acabou num hospital?
M.C.: Não, mas senti como se fosse morrer. Fiquei apavorado, não conseguia nem ficar sentado de tanta agitação. Tinha que comer cereal e doces a cada três minutos. Quando comia me sentia melhor e achava que iria passar. Depois de três minutos tinha que comer de novo. Isso durou umas seis horas durante toda a noite. Comi tudo que tinha na geladeira.
P: Então esse foi o fim da sua experiência com insulina?
M.C.: Sim, com certeza.
P: E sobre diuréticos?
M.C.: Nunca fui um fã de diuréticos. Eu seguia a moda antiga e parava de ingerir sódio três dias antes de competir. Nem mesmo escovaria meus dentes para evitar o sódio da pasta. Zero de sódio. Cheguei a beber litros de água destilada. As vezes sentia câimbras, pois tem que se ingerir um mínimo de sódio, mas eu estava muito definido o tempo todo. Era assim que ficava em forma. Parece que você não usava uma variedade de drogas. Sentia que se misturasse muitas drogas, especialmente esteróides e diuréticos, não saberia o que iria acontecer com meu corpo. Além da insulina e do açúcar no sangue subindo e descendo, nervosismo antes de um show, sem saber o que essas bombas fariam com meu corpo. Daí ainda iria usar um diurético? A gente não tem a menor idéia do que pode acontecer.
P: Insulina e diuréticos eram usados por bodybuilders dos anos 80?
M.C.: Sim, com certeza, mas não usavam tanto como nos dias atuais. A combinação dos dois surgiu em 83 e 84, e pouca coisa ruim aconteceu para as pessoas. Muitos caras tinham medo disso, daí houve uma queda. Então em 91 voltou e hoje em dia é a grande moda.
P: Ainda acha que é perigoso?
M.C.: Sim. Acho que diuréticos e insulina são as coisas mais perigosas. Você pode abusar de muitas drogas, e acho que os caras tem controle sobre os esteróides. Estão começando a perceber que quantidade não significa qualidade, por isso nem todos estão usando mega doses. A insulina age sinergéticamente com os esteróides e os torna mais efetivos. Já os diuréticos retiram toda a água. Você não sabe de onde está tirando. Do coração? Dos órgãos?
P: Você manteve um mesmo nível de uso de drogas durante toda sua carreira?
M.C.: Variava. Sabendo o que funciona para o próprio corpo, depois se experimenta.
P: Quando você parou de usar esteróides?
M.C.: Minha última vez foi há 4 ou 5 meses. Queria estar em forma para uma sessão de fotos e também mostrar que poderia fazer de novo se quisesse.
P: Você tomou medidas para minimizar os estragos no seu corpo? M.C.: Sim. Antes das competições e principalmente depois. Ouvi dizer que se tomasse suplementos nutricionais ajudaria a desintoxicar o fígado e os rins. Se você toma drogas tem que ter um acompanhamento médico.
P: E quando você terminava um ciclo?
M.C.: Eu abandonava totalmente as drogas, o que aliás não é recomendável, mas estava tão cansado das drogas que só queria me ver livre delas. Eu recomendaria diminuir gradualmente e tomar HCG (human chorionic gonadotropin) por uma ou duas semanas.
P: Tem medo que os esteróides tenham causado danos a seu corpo?
M.C.: Penso que tudo que é excessivo causa danos ao corpo. Mesmo que beba muito café vai ficar muito ativo. Mas não acho que cheguei a abusar, nunca usei uma mega dose. Meu corpo funcionava melhor com pequenas doses.
P: Sua personalidade mudou enquanto usava esteróides?
M.C.: Sim. Estava com uma namorada por um bom tempo e abusava mental e fisicamente dela. Ela me disse que notou uma mudança dramática em mim após meu início com esteróides. Ela sabia se eu estava usando ou não, mas nunca notei esses anos todos.
P: Isso é comum com outros bodybuilders?
M.C.: Diria que sim para 80% deles. A pior parte sobra para as namoradas. Ninguém sabe pelo que elas passam.
P: Você teve problemas com entorpecentes, como foi documentado na Flex. Acredita que eles fazem mais mal do que esteróides?
M.C.: Claro. Sem dúvida.
P: Acha que o uso de um contribui com o outro?
M.C.: Sim, com certeza.
P: Você usou as drogas do Bodybuilding primeiro. Acha que isso o fez mais sucetível ao uso de drogas comuns?
M.C.: Sim. Depois que perdi o medo de agulhas, injetava cocaína. Depois que me acostumei a injetar uma droga, não havia mesmo uma diferença. Droga é sempre droga.
P: Em que momento o uso de drogas tornou-se incontrolável no Bodybuilding?
M.C.: Acho que no começo dos anos 90, aliás fim dos anos 80, quando o visual definido apareceu. Isso fez as coisas mudarem de dimensão. Cara, as coisas que tomam hoje em dia para se preparar para um show...
P: O que é pior, a quantidade nas dosagens ou os tipos de drogas?
M.C.: Ambos. Bom, a quantidade, considerando que, tomando mais, você melhora. Depois tem a insulina e o hormônio do crescimento, e outras combinações. As pessoas estão aprendendo quais drogas combinar.
P: Você concorda que é possível construir um ótimo físico com baixas dosagens?
M.C.: Totalmente. Fiz isso durante anos. Metade dos caras atualmente tem a idéia errada de que é preciso usar doses altas. Número um é genética, sem menor discussão. Número dois é malhar pesado na academia. Número três é conhecer seu corpo e química e colocar isso junto.
P: Acredita que vai haver testes anti-doping nas competições de Bodybuilding?
M.C.: Agora que isso aconteceu com o Andreas Munzer (que morreu em março de 96 aos 31 anos, menos de uma semana depois de terminar em sétimo no San Jose Pro), o teste deve ocorrer na Alemanha, o que deve gerar o mesmo no resto da Europa. Tudo indica que vai ser assim.
P: Você acha que deveria haver teste anti-doping?
M.C.: Essa é uma questão difícil. Tem que haver limite. Se houver um teste de drogas, impedirá essa loucura. Diuréticos e insulina estão matando essas pessoas. Uma vez entre os cinco melhores você acha que tem que usar mais para ser o número um. Uma vez lá no topo, o que vamos dizer prá ele? Pare? Algo tem que ser feito mas tenho medo que essas competições com teste não funcionarão. A WBF (extinta federação) foi um exemplo: Nós tentamos. Uma vez que você tenha visto os monstros, e se acostumado com eles, não vai mudar.
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GHB
GHB é um metabolizante e precursor de inibição do neurotransmisor GABA (ácido gama-aminobutirico), outro nutriente para o qual tem uma relação estrutural íntima. Tem sido usado na Europa como um anestésico geral, tratamento para insônia e narcolepsia (dias dormindo direto), ajuda para partos (força crescente de contrações, decrescimento da dor), tratamento para alcoolismo e para muitos outros usos. Durante os anos oitenta, GHB era usado por bodybuilders para estimular o lançamento de hormônio de crescimento que ajuda na redução de gordura e constrói os músculos. Nos últimos anos tem ganhado popularidade como uma "droga recreativa", oferecendo uma agradável ressaca-livre do álcool com "altos" efeitos prosexuais potentes.
Durante trinta anos anteriores à 1990, os documentos científicos em GHB eram unânimes informando numerosos efeitos benéficos fisiológicos e ausência de efeitos negativos a longo prazo. Não há nenhum relatório documentado que o uso a longo prazo dê efeitos prejudiciais. GHB não é aprovado nos EUA e é foi proibido de venda pela FDA a partir de 8 de novembro de 1990. GHB não tem "marcado" como uma "substância" controlada pelo DEA, e então a posse simples não é ilegal. GHB continua sendo vendido para legitimar laboratórios e cientistas para propósitos de pesquisa e sendo também vendido para o consumo humano, especialmente por trazer benefícios de saúde. GHB, é uma violação de regulamentos atuais e políticos da FDA.
A maioria dos usuários que usam o GHB alegam um estado agradável de relaxamento e tranqüilidade. Efeitos freqüentes são placidez, sensualidade, euforia. Ansiedades e inibições tendem a dissolver em um sentimento de calor emocional e sonolência agradável. Um das melhores coisas sobre GHB é o fato que você não sofrerá de ressaca, caso tenha ingerido álcool na noite anterior. Doses grandes dão sono.
GHB não tem nenhum efeito tóxico no fígado, rim ou outro orgaõs. Relatórios dosam que mais de 20g a 30g por 24hs foram usados durante vários dias sem conseqüências negativas. Os efeitos colaterais principais é sonolência, vertigem, náusea, e às vezes vômitos. Reações mais incomuns e extremas incluíram diarréia, falta de controle da bexiga, amnésia temporária, e sonâmbulismo. Qualquer efeitos colaterais podem ser notados, eles são freqüentemente muito mais severos quando GHB é combinado com outro depressivos do sistema nervoso central como álcool ou outro.
Seus efeitos são:
1) aumento observado da secreção natural de hormônio do crescimento, no plasma-GH no período de 90 minutos depois de GHB entrou em vigor. Este nível de plasma-GH alcançou um pico de quase 40 ng/ml. Concluiu-se que o suplemento de GHB estimula a secreção de GH pela glândula pituitária.
2) Perda da inibição sexual notadamente entre a maioria das mulheres
3) Maior sensibilidade ao toque.
4) Prolongamento da capacidade erétil masculina
5) Aumento da intensidade do orgasmo em homens e mulheres.
Geralmente podem ser sentidos os efeitos de GHB dentro de cinco a vinte minutos depois de ingestão. Eles normalmente duram entre um a três horas, embora eles podem ser prolongados com a repetição da dose. Ela varia para cada pessoa, a maioria das pessoas acham que 0.75-1.5g é satisfatória para propósitos de sexo, e que uma quantidade no alcance de 2.5 gramas é suficiente forçar sono. O preço é nos EUA na faixa de $2 - 3 por grama.
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DHEA
DHEA é um hormônio androgênico produzido pelas glândulas supra-renais do corpo. Esta substância aumenta o nível metabólico hormonal de produção de testosterona. A Produção de DHEA começa no corpo com a idade de 7 anos e fica ao máximo com aproximadamente 24 anos. Depois disso, produção de DHEA cai 20% por década. Como você pode ver, passando 20 anos, quanto mais velho você fica, mais seu nível de testosterona cai. Com o suplemento de DHEA a produção de testosterona em homens e mulheres cujos corpos não produzem tanto DHEA naturalmente fica normal.
Houve um estudo para substanciar o produto como bom. Um estudo examinou os efeitos de uma dose diária de 50mg em homens e mulheres que passaram 50 anos de idade. Esta dosagem era o suficiente para aumentar níveis de DHEA para um nível dos "24 anos", em apenas 2 semanas. Um outro estudo feito com outros participantes, concluiram que o consumo de 100mg de DHEA antes de dormir, além de aumentar o nível de testosterona, elevou o sistema de imunidade, ganhos no corpo em massa magra, aumento da força e também como queima de gordura.
Como efeitos colaterais foi notado o aparecimento de acne, e aumento do suor e temperatura do corpo. O ideal para a suplementação com DHEA, é para pessoa com no mínimo 30 anos de idade. Outra vantagem deste suplemento é o custo, na faixa R$10 por produto (depende da marca). A dose recomendada por dia é de 200mg, tomando-se 100mg ao meio dia e 100mg antes de dormir.
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